Portugal entre os três países da Europa onde preço das casas é mais disperso

Através do coeficiente Gini, que mede entre 0 e 100 a heterogeneidade do valor imobiliário, concluiu-se que Madrid e Roma estão entre as principais cidades onde o preço das casas se manteve estável desde janeiro de 220, enquanto em Lisboa caiu 1,5 pontos.
28 dez 2020 min de leitura

 

As mudanças no mercado imobiliário, provocadas pela pandemia, levaram a uma redução na diferença de preços entre as casas mais caras e mais baratas à venda nas principais cidades do sul da Europa.

De acordo com um estudo conduzido pelo Idealista, através do coeficiente de Gini, uma ferramenta utilizada para medir dispersão económica, Portugal, Espanha e Itália são os três países que apresentam um valor mais alto em termos de dispersão dos preços das casas quando comparado com a maioria dos grandes mercados do sul da Europa.

O estudo do Idealista dá conta de que Madrid é o mercado com os preços mais dispersos do sul da Europa, visto que a diferença entre as casas mais caras e as mais baratas atingem um coeficiente de Gini de 83,3. Segue-se o Porto (79,9), Valência (78,4), Milão (77,8), Turim (77,8), Barcelona (77,4), Málaga (77,2), Florença (76,9) e Nápoles (76). No lado oposto está a cidade de Bilbao (72,4), o mercado mais uniforme do sul da Europa seguida por Roma (73,6) e Lisboa (74,6).

“O coeficiente de Gini é usado para medir qualquer forma de distribuição heterogénea, sendo aplicado habitualmente para medir a diferença de rendimentos. O coeficiente de Gini é um número entre 0 e 100, onde 0 corresponde à completa igualdade (todas as casas têm o mesmo preço) e o valor 100 corresponde à completa desigualdade. O aumento ou diminuição do coeficiente não se pode relacionar com o aumento ou descida de preços, mas sim com uma maior ou menor homogeneidade do mercado de compra e venda de habitação”, explica o Idealista, numa nota divulgada, esta segunda-feira.

	
Estas principais cidades têm tendência para se manterem estáveis, já que em Madrid e Roma o coeficiente permanece o mesmo de janeiro de 2020, enquanto em Lisboa caiu 1,5 pontos. Segundo o coeficiente de Gini, Milão registou a maior queda (-2,3 pontos), seguida por Bilbao (-1,5 pontos) e Málaga (-1,2 pontos). Com variações de menos de um ponto estão cidades como o Porto (-0,7 pontos), Barcelona (-0,6 pontos), Florença (-0,4 pontos) ou Nápoles (-0,3 pontos). Em Turim, o coeficiente não mudou, enquanto Sevilha e Valência são as únicas grandes cidades do sul da Europa em que a desigualdade imobiliária cresceu em 2020: 0,7 e 0,3 pontos respetivamente.

Porto e Lisboa entre as cidades com maior coeficiente

Olhando para as cidades portuguesas, o estudo do Idealista informa que apenas Aveiro (0,6) e Funchal (1,5) sofreram uma subida do coeficiente Gini, o que supõe um aumento na heterogeneidade do mercado da habitação dessas cidades. Braga foi a única cidade portuguesa, das analisadas, onde se manteve o coeficiente inalterado.

Por outro lado, Évora foi o mercado que ficou mais homogeneizado em 2020 reduzindo o seu coeficiente em 4,9 pontos. Seguida por Viseu e Beja (-4,4 pontos em ambos os mercados), Setúbal (-4), Coimbra (-3,9), Faro (-2,5), Lisboa (-1,5) e Viana do Castelo (-1,3). Por último, a descida no Porto e Leiria foi de -0,7 e -0,3, respetivamente.

Apesar da descida do Porto, a cidade Invicta lidera o ranking das cidades portuguesas com o maior coeficiente Gini, 79,9 pontos. Seguida por Lisboa (74,6), Leira (68,5), Viana do Castelo (67,4), Aveiro (66,7), Évora (64,2) e Funchal (64,1).

Por outro lado, Beja é a cidade com o parque imobiliário mais homogéneo, com um coeficiente Gini de apenas a 54,8. Seguem-se Faro (59,6), Setúbal (60,5), Viseu (61), Coimbra (62,7) e Braga (63,7).
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